terça-feira, 26 de julho de 2022

Tardes com Platão 2021


Em 2021, realizei, junto com docentes da Universidade Federal do Amapá, campus de Santana, uma live para finalizar atividades do grupo de estudo "Tardes com Platão".

Para falar dessa iniciativa, fiz uma breve apresentação sobre o texto lido e meditado com o filósofo  e escritor Mathias César.

O banquete", em grego antigo Συμπόσιον (Sympósion), faz parte da obra "Diálogos" de Platão, escrito por volta de 380 a.C. O texto narra a celebração da vitória de um poeta no concurso de tragédias. Aos convidados foi feita a proposta de fazer um elogio a Eros. Fedro, Pausânias, Erexímaco, Aristónafes, Agatão, Sócrates/Diotima e Alcebíades apresentam a natureza e as qualidades do amor, em meio a poesia, tragédia, comédia e dialética.
Séculos depois, Jacques Lacan retorna aos textos freudianos sobre "A dinâmica da transferência"(1912) e "Observações sobre o amor de transferência"(1914-1915). E assim, no "Livro 8 - A transferência" (1960-1961), Lacan também resgata essa obra do século V a.C., para construir uma interpretação sobre a transferência, bem como sua relação com o amor, o desejo e a falta para a psicanálise.
Contudo, este diálogo platônico é uma fonte importante e reconhecida de explicação dos fenômenos amorosos, principalmente no mundo ocidental. Possibilitando discussões que relacionam diversas áreas, como: filosofia, mitologia grega, cultura ocidental, etimologia, literatura, psicanálise, etc.
A gratidão pela leitura com o grupo do projeto Tardes com Platão, é o motivo deste encontro.

Uma experiência enriquecedora, as "Tardes com Platão", todas as terças com o professor da Universidade Federal do Amapá, Cesar Mathias de Alencar e todas e todos que se reuniram para ouvir, dialogar e disseminar o amor pelas palavras de Platão.
Filosofia, poesia, literatura e também psicanálise bebendo da mesma fonte e seguindo caminhos que por vezes encontram-se.
Oportunidade de conhecer personagens da história do conhecimento e a cultura por trás de conceitos e costumes que são basilares para inúmeros saberes.
Fico contente pela oportunidade e já aviso que haverá oportunidade de participar destes encontros, com outro tema.
E com o desejo de continuar esse caminho encantador da filosofia, quero simbolizar este fechamento de ciclo com a poesia visceral de Hilda Hilst e sua capacidade de provocar a razão e as emoções com suas palavras vulcânicas:
"Lembra-te que há um querer doloroso
E de fastio a que chamam de amor.
E outro de tulipas e de espelhos
Licencioso, indigno, a que chamam desejo.
Há o caminhar um descaminho, um arrastar-se
Em direção aos ventos, aos açoites
E um único extraordinário turbilhão..."

Conheçam a página do projeto que tem as aulas e resenhas do professor César sobre inúmeros temas de filosofia, literatura e poesia:

https://literaducandose.blogspot.com/p/banquete.html?m=1


❇️Participação:
@mathiasdealencar

@fernandacristinaencarn


❇️Grupo de estudos⬇️
Diálogo: Discurso e Ação humana.
@dialogoscomafilosofia


REFERÊNCIAS
PLATÃO. Banquete: ou do amor (gênero moral). In: Diálogos.


HILST, Hilda. Do desejo. 1992.


- COSTA, Geise. PLATÃO E LACAN: O AMOR ENTRE A COMPLETUDE E A FALTA. PsicoFAE, Curitiba, v.5, n°1, p.79-88, 2016.


- CIMETI, Elizabeth. O Banquete de Platão: uma revisita à transferência em Lacan. Alter – Revista de Estudos Psicanalíticos. Vol. 31 (1/2) - 2013.Vol. 32 (1) - junho de 2014.

- FREUD, S. Fundamentos da clínica psicanalítica. Obras incompletas de Sigmund Freud. Belo Horizonte: editora Autêntica, 2018.


- LACAN, Jacques. Livro 7 - A transferência 1960-1961. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Versão brasileira Dulce Duque Estrada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992.


- SIQUEIRA, Elizabeth. A metáfora do amor. Opção Lacaniana online nova série
Ano 5, N°15, novembro 2014


- VANHAZEBROUCK, Vanessa Augusta Lupiaru. ANALOGIA DO AMOR PLATÔNICO NA ÓPTICA FREUDIANO-LACANIANA.Revista Digital AdVerbum 6 (1): Jan a Jul de 2011: pp. 43-63.



Em 2021 apresentei um ensaio para o Congresso de Combate a Violência Contra Mulheres (CRIM) da UFMG, com a coautoria da colega Psicóloga e Especialista, Jessika Silva. Na oportunidade pude falar sobre desdobramentos que o lugar das mulheres vem sofrendo desde o século XX, a partir de apreciações de obras de Jane Austen, Machado de Assis, José de Alencar e Flaubert. O enfoque foram os atravessamentos da primavera feministas e as lutas pela maior participação e representatividade e o que resvala ainda na atualidade enquanto violação e esteriótipos de gênero.

O evento foi maravilhoso, as discussões muito potentes e os desdobramentos deram origem a uma breve apresentação na rede social Instagram de alguns trabalhos, com os quais foi possível conseguir contato das pesquisadoras.

Brevemente, apresento a síntese do resumo expandido.

RESUMO: No presente resumo, apresenta-se uma compreensão para o fenomeno dos
relacionamentos mulher baby/ homem daddy como uma atualização de padrões inconscientes,
que referem uma diferença de posição de poder. Neste sentido, o machismo como consequência
do patriarcado, e a opressão das mulheres alimenta essa idealização que submete mulheres ao
desejo masculino e incentiva que esteriótipos de juventude feminina seja almejado. A pesquisa
foi de caráter bibliográfica, com abordagem qualitativa e revisão de literatura nas áreas de
história, literatura e psicanálise.

Palavras-chave: psicanálise, mulher, relações de poder.